Benefícios do exercício físico para o seu sistema imunitário.

O nosso sistema imunitário é uma rede altamente complexa de células e moléculas designadas para nos proteger de infeções e doenças. Está comprovado que o exercício físico tem um impacto importante e bastante positivo no normal funcionamento deste sistema.
Como funciona o nosso sistema imunitário?
De uma forma simplificada o nosso sistema imunitário é dividido em dois tipos de imunidade que caracterizam dois tipos de respostas: a imunidade inata ou natural (resposta imune inata) e a imunidade adquirida ou adaptativa (resposta imune adquirida). A nossa imunidade inata é influenciada por questões tão diversas como alimentação saudável, exercício físico regular, boa rotina e qualidade de sono, não fumar, stress, etc. Quanto melhor for a nossa imunidade inata, melhor vai ser a resposta da nossa imunidade adaptativa perante um agente patogénico. O sistema imune adaptativo, sistema imune adquirido ou imunidade adquirida é a imunidade gerada ao longo da vida, ativada após um contato inicial com diferentes agentes invasores. Esse sistema tem a propriedade de reconhecer especificamente um determinado microrganismo, gerando uma memória imunológica, que confere proteção contra reinfecções pelo mesmo antígeno. A vacinação é um processo de manipulação da resposta imune adaptativa, em que são injetados antígenos atenuados num organismo, mas que não são capazes de causarem uma infecção. Entretanto, a vacina possui a capacidade de ativar a imunidade adquirida, gerando uma resposta imunitária de memória, imunizando o indivíduo. Se mais tarde, o microrganismo causador dessa doença entrar em contato com o mesmo indivíduo, o seu corpo já estará preparado para produzir um grande número de anticorpos em pouco tempo e assim gerar uma resposta imune mais eficiente àquela doença. É importante sublinhar que ter um sistema imunitário funcional (leia-se forte ou até mesmo excelente) não impede que apanhemos qualquer vírus, bactéria ou qualquer outro antígeno. Significa sim que, na presença de qualquer agente patogénico, o nosso sistema imunitário tem uma ação/resposta mais eficaz no seu combate.
Como é que o exercício físico pode ajudar?
A prática regular de exercício físico, de intensidade moderada a avançada, demonstrou melhorias acentuadas nas respostas imunitárias à vacinação, diminuição de inflamações crónicas de baixo grau e melhorias de diferentes marcadores em indivíduos com diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, cancro, HIV, entre outras. A atual pandemia da COVID-19 levantou muitas questões sobre como o exercício pode ser benéfico contra infeções, contribuindo para uma maior imunidade. Esta discussão tornou-se mais pertinente com as limitações no dia a dia das pessoas, entre elas, por exemplo, o acesso restrito aos ginásios e jardins públicos, onde normalmente praticamos atividade física. Para agravar esta situação, juntam-se os efeitos negativos conhecidos do isolamento social e confinamento na imunidade. Glicocorticóides (hormonas diretamente envolvidas na resposta ao stress), como o cortisol, são elevadas durante estes períodos e podem inibir muitas funções críticas ao nosso sistema imunitário. As células T (células do sistema imunitário que também pertencem ao grupo de glóbulos brancos) têm uma resposta viral para regular o sistema imunitário. Quando estamos sob os efeitos do stress, estas células são reduzidas, portanto a capacidade para combater infeções ou doenças também é reduzida.
Outro dos fatores de extrema importância prende-se com o facto de as células manterem a sua capacidade de se reorganizar para que possam “vigiar” as áreas vulneráveis no nosso corpo (por exemplo, o aparelho respiratório superior e os pulmões) para proteger o organismo contra vírus e outros patogénicos. Este processo é também importante para minimizar o impacto do vírus e agilizar a solução viral, caso sejamos infetados. Cada ida ao ginásio para fazer, particularmente, exercícios que estimulam o sistema cardiorrespiratório, movimenta instantaneamente biliões de células do sistema imunitário, especialmente aquelas capazes de reconhecer outras células infetadas e eliminar as mesmas.
As células do sistema imunitário que são mobilizadas com o exercício físico aumentam assim a vigilância imunitária, o que, em teoria, torna-nos mais resistentes a infeções. O exercício também liberta várias proteínas que podem ajudar a manter a imunidade, principalmente citocinas derivadas de músculos, como IL-6, IL-7 e IL-15. A curto prazo, o exercício físico pode ajudar a lidar com agentes patogénicos e, a longo prazo, a regular e a retardar as alterações que ocorram no sistema imunitário com o envelhecimento, reduzindo assim o risco de infeções.
A prática de atividade física é especialmente benéfica para seniores que são os mais suscetíveis a infeções em geral, mas também identificados como a população particularmente vulnerável de contrair o COVID-19.
Resumindo, é imprescindível termos e mantermos níveis de atividade física constantes, dentro das recomendações. O exercício físico, além de ter um efeito direto positivo nas células e moléculas do sistema imunitário, também é conhecido por contrariar os efeitos negativos do stress relativamente à imunidade. Em tempos de coronavírus e nas condições em que nos encontramos hoje, a conclusão mais importante é reduzir a exposição face a outras pessoas que podem ser portadoras do vírus. Contudo, não devemos ignorar a relevância de nos permanecermos ativos e saudáveis agora, em contexto de pandemia, e ao longo da nossa vida. Por isso, é fundamental que encontremos maneiras de continuar praticar exercício físico, mantendo o distanciamento social e as medidas de higienização adequadas.
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