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Saiba o que é a intolerância à lactose e esclareça as suas dúvidas

Os produtos lácteos fazem parte da ementa habitual de muitos de nós. O leite e todos os seus derivados, como o queijo, o kefir, os iogurtes ou outros tipos de sobremesas aparecem com mais ou menos frequência nos nossos pequenos-almoços, almoços, lanches ou jantares. O leite está na base da preparação de todos estes produtos, e o leite contém lactose. Este açúcar está presente de forma natural no leite das vacas, das ovelhas, das cabras, e até mesmo no leite humano.

Algumas pessoas não conseguem digerir a lactose, o que gera sintomas incómodos como inchaço e flatulência. Mas, por que razão não consegue digeri-la? É uma alergia ou uma intolerância? É o mesmo que a alergia à proteína do leite de vaca? Tem cura? Neste artigo iremos procurar esclarecer.

Por que razão não consegue digerir a lactose?

A lactose é um hidrato de carbono composto por outras duas moléculas mais pequenas, a glucose e galactose. Para “decompor” este dissacarídeo, ou seja, decompor a lactose e, assim, digeri-la, necessitamos de uma enzima. A enzima encarregue de realizar este processo é conhecida como lactase e está presente nas células do intestino delgado. Quando não possuímos esta enzima de forma total ou a possuímos em quantidade insuficiente, a lactose não consegue “decompor-se” e, por conseguinte, ser absorvida. Então, a lactose chega ao intestino grosso e é fermentada pelas bactérias que aí se encontram. Este processo faz com que se gerem gases como o metano ou o hidrogénio, gerando sintomas como o inchaço, a flatulência, as náuseas, os vómitos ou a diarreia. Apenas tenha em conta que os sintomas são variáveis e que nem todas as pessoas os experienciam a todos nem com a mesma intensidade.

É uma alergia ou uma intolerância?

As pessoas que não conseguem digerir a lactose têm intolerância à lactose. É importante não confundir isso com alergia à proteína do leite de vaca (PLV), uma vez que se trata de uma perturbação completamente diferente, com uma sintomatologia diferente, e que não é o tema deste artigo.

A intolerância à lactose é permanente para as pessoas que perderam a atividade da lactase de forma natural. Em Espanha, 15% da população apresenta intolerância à lactose. A perda progressiva da atividade da lactase apenas tem início a partir dos 3 anos, embora também possa começar a manifestar-se durante a adolescência. Costuma ser mais frequente na população asiática, africana, árabe e afroamericana.

Por outro lado, em alguns casos, a intolerância à lactose pode ser causada por doenças como as infeções intestinais, a doença celíaca ou uma intervenção cirúrgica ao intestino. Se estas patologias ou situações afetarem os enterócitos, as células do intestino delgado onde se encontra a lactase, perdemos a capacidade de a produzir. Nesses casos, assim que estas células são recuperadas, a intolerância desaparece.

Qual é o tratamento da intolerância à lactose?

Como já explicámos, nem todas as pessoas têm os mesmos sintomas nem a mesma sensibilidade à lactose. Por essa razão, o tratamento desta perturbação deve ser realizado através de uma dieta que elimine ou reduza a presença de lactose. Tudo isso faz-se através do nível de tolerância que a pessoa tem à lactose. Organismos científicos como a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) indicam que consumir a lactose com outros alimentos e repartir a ingestão ao longo do dia podem ajudar à sua assimilação. Mas irá sempre depender da pessoa, pelo que esta forma de consumir lactose não será válida para todos.

Que alimentos contêm lactose?

O leite tem lactose de forma natural e, por conseguinte, todos os derivados do leite também contêm este dissacarídeo: iogurte, coalhada, kefir, manteiga, creme de leite, natas, queijo, pudins, leite-creme, gelados, etc. No entanto, como veremos em seguida, dispomos de alternativas sem lactose. A indústria alimentar tem diferentes técnicas para elaborar este tipo de produtos, mas a mais comum é adicionar a enzima lactase diretamente ao leite. Desta forma, o produto que consumimos já não contém lactose, mas sim as duas moléculas que a formam em separado, a glucose e a galactose. Por este motivo, os produtos sem lactose podem parecer-nos mais doces, embora a quantidade de hidratos de carbono seja exatamente a mesma. É importante ter em conta que estes produtos não são melhores nem piores do que a sua versão com lactose. Simplesmente estão adaptados para que as pessoas que não digerem corretamente a lactose possam consumi-los.

Também podemos encontrar lactose em alimentos processados como os cremes, as sopas, as carnes frias, os enchidos, os bolos, os pratos pré-cozinhados, a maionese ou os panados, entre outros. Por isso, será importante ler a etiqueta dos produtos antes de os consumirmos.

Quanta lactose contêm os alimentos?

Nem todos os alimentos têm a mesma quantidade de lactose. Por exemplo, um copo de leite gordo de vaca (250 ml) contém 12,6 g de lactose, enquanto um iogurte contém 5 g de lactose. Poderá consultar a quantidade de lactose dos alimentos na lista que se segue:

  • Leite gordo: 5,05 g por 100 ml
  • Leite-creme: 4,59 g por 100 g
  • Requeijão: 3,98 g por 100 g
  • Iogurte natural: 3,35 g por 100 g
  • Manteiga: 3,66 g por 100 g
  • Pudim de chocolate: 1,7 g por 100 g
  • Mozzarella: 0,66 g por 100 g
  • Cheddar: 0,16 g por 100 g

 

De acordo com os peritos, e de um modo geral, muitas pessoas com intolerância à lactose podem consumir até 12 gramas de lactose numa única refeição sem apresentar sintomas ou com sintomas muito ligeiros. Por outro lado, a ingestão de 50 gramas costuma causar sintomas mais graves.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para compreender a intolerância à lactose e descobrir que alimentos podem conter este hidrato de carbono.

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